É aqui que tudo começa, essa é a
parte mais doce do processo, quando nós um dia olhamos para algum lugar e
percebemos que temos mais dentro de nossa cabeça; percebemos que um dom
poderosíssimo existe inato em nosso coração.
Despertamos, então, para o desejo
que nasce naquele momento, descobrimos que queremos escrever um livro; por
vezes não temos nada além da vontade, motivada por algo que vimos, aprendemos ou presenciamos.
Mas é exatamente esse o começo, o
nascimento do sonho; e alguém já disse que os
sonhos movem os Homens e os Homens movem o mundo. Considere qualquer grande
escritor que você conheça; qualquer um deles iniciou do mesmo modo como você e
eu estamos iniciando. O Homem é o único animal que possui essa capacidade, de
sonhar de forma tão poderosa e materializar seus sonhos, e esse é um traço do Eterno
em nós.
Porém a caminhada é longa e este é
apenas o primeiro movimento; tomamos ciência de que é isso o que realmente
desejamos fazer e o desejo vai queimar dentro de nossa mente até que possamos
torná-lo real, ou nos frustraremos.
Mas na maioria das vezes o sonho
não vem pronto, embora achemos que já o está, nesse momento em que concebemos a
vontade que vai motivar o sonho, só sabemos qual é o objetivo; queremos
escrever um livro, às vezes sabemos sobre o que o livro vai tratar, às vezes sabemos parte ou
grande parte do que vai ser escrito e os que já têm essas informações já estão
adiantados no processo, mas isso não muda o panorama; ainda lhes falta dar vida
aos personagens e quando isso ocorrer vocês vão se surpreender com o que
acontecerá, porque os personagens realmente ganharão vida, tomarão suas
decisões, farão escolhas, farão seu próprio destino; é incrível, mas é apenas o
começo. Em alguns momentos o escritor comandará seus personagens, mas em outros
são os personagens que comandarão o escritor; isso é fato e vocês logo passarão
por isso.
Quando o sonho de escrever um
livro, seja o único livro que você escreverá na vida, seja apenas o primeiro de
uma obra vasta, nasce, ignoramos a quantidade de decisões que teremos de tomar.
Serei sincero aqui, no fundo no fundo, para mim todo o processo foi
extremamente prazeroso e enriquecedor.
Lembro-me que conversando com um
colega em certa ocasião, eu falei para ele justamente essa vontade que eu
nutria em meu coração, de escrever um romance, costumávamos trocar livros de
grandes escritores, jogamos RPG, “Role-playing Game” juntos e com tantos outros
colegas, mas em mim havia brotado o desejo ardente de escrever. Pois bem, eu
falava sobre isso com ele e então ele me disse que também tinha a mesma
vontade, mas não sabia por onde começar; havia um fato que eu não tinha
revelado a ninguém naquele momento, o fato de que eu já tinha escrito meu
primeiro livro uma ficção romanceada que batizei de “Noites sem lua”, mas ela
ainda estava em três cadernos escondidos no meu quarto e levando poeira, eu não
tinha coragem para sentar frente ao computador e digitar, ou seja, transferir o
relato do caderno para o editor de textos.
Esse colega começou dizendo que
também tinha escrito um pequeno ensaio de romance, mas que por vários motivos o
havia parado e por fim perdido o arquivo onde punha o seu texto.
Outra vez eu estava em uma
dinâmica para uma entrevista de emprego, no centro do Rio de Janeiro, em meio a
um grupo de vinte outras pessoas que nunca vira antes quando a responsável por
passar a dinâmica começou a perguntar o que nos gostávamos de fazer; vocês
podem imaginar o que grande parte dos que ali estavam responderam; cinema,
futebol, teatro, praia e uma série de outras coisas que eu também gosto, mas na
minha vez eu me apresentei falei que gostava de muitas daquelas coisas e por
fim terminei dizendo que também gostava de escrever.
Imediatamente uma menina que
estava no canto se manifestou dizendo que também tinha vontade de fazê-lo, em seguida outra e depois um rapaz e mais outro; a
dinâmica mudou por alguns minutos o seu foco que passou a ser a vontade que as pessoas tinham de escrever seus livros.
Várias vezes quando mencionava que estava
escrevendo um livro, sempre alguém se dizia com vontade de fazer o mesmo ou
falava algo do tipo:
_Eu escrevi uma estória que é
assim e assim...
E acabavam relatando realmente
contos que tinham escrito ou iniciado a escrever quer no papel quer na mente.
Por que eu estou contando tudo
isso? Para que você leitor perceba, se já não aconteceu com você mesmo, que
muitos despertam esse sonho em particular, mas como disse no princípio esse é
apenas o primeiríssimo movimento, não sei se isso acontece por causa daquele
velho ditado que diz: “toda pessoa tem que ter um filho, plantar uma árvore e
escrever um livro” não sei até hoje se esta é a ordem correta. Sei que deve ser
por isso que em algum momento muitos pensam em escrever, mesmo pessoas para
quem a escrita era totalmente oposta ao estilo de vida, como eu.
Por vezes também eu notei que
quando eu falava a respeito do meu sonho de escrever, acabava de alguma forma
fazendo com que aqueles que me ouviam também despertassem essa mesma vontade,
alguns diziam que gostariam de escrever livros sobre temas acadêmicos, outros
falavam de autoajuda, livros cristãos, ficção etc...
A questão aqui é: Se este sonho já despertou em você, não deixe que ele se apague ou volte a dormir em seu interior, vá em frente e torne seu sonho realidade.
“Os Sonhos alimentam todas as grandes realizações da vida
humana e os que escrevem têm o privilégio de realizar mais sonhos do que os que
não escrevem.”
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