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Mostrando postagens de janeiro, 2016

A lua e o lobo -- Conto

_Algumas coisas não são mais como eram antes. A cidade mudou demais. Eu mudei demais. Sandro estava descalço e sentado sobre um troco de árvore cortado poucos dias antes, a seu lado uma garrafa contendo uma estranha bebida indígena. Havia três anos que saíra do exército brasileiro, e neste período sua vida mudou completamente, principalmente em noites como aquela. Seus instintos não mais o enganavam, tinha certeza de que poderia encontrar um pouco de ação por aquelas bandas; a verdade é que aquela rua estava totalmente deserta e poucas pessoas passavam por ali depois que anoitecia. Ele mesmo anos atrás não ousaria ficar sentado naquele lugar com pouquíssima luz, o céu noturno estava estrelado, porém com algumas nuvens que encobriam o grande e belo luar. Pouco tempo depois ele sentiu o cheiro sendo trazido pelo vento; na verdade era um misto de cheiros diferentes, mas que ele conhecia muito bem. O medo feminino em contraste com a adrenalina dos caçadores. Vampiros Ele nã

O circo dos desaparecidos

Geralmente um circo é algo que traz atrações para o entretenimento das pessoas do lugar onde ele se instala; e foi com essa expectativa que os moradores de um pequeno município chamado  Santo Antônio do Rio Bonito,  no sul do estado do Rio de Janeiro receberam uma caravana de atores circenses mambembes em sua pacata cidade. O circo chegou numa manhã de Sexta-feira e todos os que viram a comitiva de carroças, puxadas por força de cavalos e algumas por burros, amontoadas de panos de trapos, caibros empilhados apetrechos de corda e correntes; lonas, utensílios diversos dependurados por todos os lados; tendas desmontadas e cabanas; bandeiras enroladas, vários caixotes empilhados em uma fila de seis carroças só para as caixas de todos os tamanhos. Outras seis traziam o que parecia ser o material de montagem do circo, ferramentas tubos de ferro, vergalhões, grilhões, mais ferramentas e uma infinidade de coisas metálicas que provocavam um enorme barulho porquanto as carroças balançav

Mercador de venenos -- Conto

__ O que leva um homem a ganhar a vida como você? _ Perguntou Diógenes Sander. O homem com quem ele estava conversando era conhecido apenas pelo apelido "O mercador"; fora indicado por um colega de partido. O outro respondeu: __ Minha motivação é exatamente como a sua. Dinheiro. Diógenes sorriu e recostou no banco do carro onde ambos estavam; haviam marcado o encontro da forma mais discreta possível; Diógenes ocupava um cargo político na câmara de vereadores de um pequeno município do estado do Rio de Janeiro, havia sido eleito depois de um pleito conturbado por várias suspeitas de manipulação e agora estava tendo problemas para lidar com um grupo de chantagistas da oposição. Seu nome estava exposto em todos os jornais e ele vinha sendo rotineiramente ligado a escândalos relativos a desvio de verbas públicas, porém os advogados de Diógenes estavam sendo muito hábeis em manipular o sistema em favor do acusado. Mas as provas apresentadas contra ele ficavam cada vez
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